Gung Ho! - parte I

Gung Ho! é a expressão chinesa para “trabalhar juntos”. No livro de Ken Blanchard e Sheldon Bowles, com o mesmo título,  o livro conta a história de uma gestora que é convidada para dirigir uma fábrica nos EUA que estava condenada a desaparecer, a menos que revertesse a situação com lucratividade. A gestora desanimada  e sem horizontes procura ajuda, um Coach que era um índio e  liderava o único departamento lucrativo daquela fábrica.

Com base nos ensinamentos dele, que a levou por 3 vezes à floresta deixando-a observar o comportamento de 3 animais  – o esquilo, o castor e o ganso – em esta ordem. A gestora reflete sobre o que aprendeu da observação dos animais e procura implementar um sistema na fábrica que dirige, e que lhe permite, torna-la "Gung Ho!" com um resultado muito positivo. Aliás, é inesperada e maravilhosamente muito positivo.

Existem 3 segredos para o sucesso de um empreendimento; o espírito do esquilo, o método do castor e o talento dos gansos.

O espírito de esquilo - Trabalho que vale a pena, a principal característica do esquilo é ser trabalhador, os esquilos nunca param estão sempre trabalhando, trabalham arduamente porque consideram que seu trabalho vale a pena. Eles reconhecem que com o seu trabalho fazem a difereça, e que trabalham por um objetivo em comum.
Trata-se do entendimento, não do trabalho;
Trata-se da forma como o trabalho ajuda os outros, não das peças produzidas;
Todos trabalham para um objetivo em comum, a partilha de objetivos significa apoderar-se de objetivos, não só anunciá-los;
Confiar e pôr os membros da equipe em primeiro lugar leva ao apoio dos objetivos;
O gestor estabelece os objetivos cruciais, a equipe pode estabelecer os outros (as pessoas apoiam melhor aquilo que ajudam a criar)
Foca a energia das pessoas, dá uma visão.

O método do Castor - controla a conquista do objetivo, controla as suas ações até atingir o objetivo, para isso, é necessário respeitar, ouvir e levar em consideração os pensamentos, sentimentos, necessidades e sonhos de cada um.
Valorizar os indivíduos enquanto pessoas.
Um campo de jogo com território marcado de forma clara, os objetivos e valores definem o campo de jogo e as regras do jogo;
Os líderes decidem em que posição jogam os membros da equipe, mas
depois têm de sair do campo e deixar os jogadores movimentarem a bola;
O verdadeiro segredo da gestão bem sucedida é descobrir o que é que as
pessoas fazem naturalmente e depois imaginar de que forma adaptar a
organização de modo a tirar vantagem do comportamento natural;
A liberdade de assumir o controle vem do fato de se saber exactamente os limites do território.

Se quer que a sua equipa seja Gung Ho!, precisa dividir a informação, todos precisam de acesso total à informação;
Os castores respeitam-se uns aos outros;
A função do líder é saber qual a direção que a empresa quer conquistar, e a função dos membros da equipe é levá-la até lá;

O talento dos Gansos - cada um torce por todos - as congratulações têm de ser verdadeiras e constantes, o dom do ganso: animarmo-nos uns aos outros, dizer às pessoas que ótimo trabalho fizeram ou entregar um prémio é uma congratulação.
Quanto aos gansos, sabemos que eles voam em grupo. Quando o líder está cansado se junta ao grupo e outro assume a liderança do vôo. Trata-se de uma liderança partilhada, por outro lado, quando estão juntos fazem grandes algazarras, como se estivessem congratulando-se, este é o principal dom do ganso, a felicitação.
Para implantar este dom na empresa é preciso que o líder faça felicitações verdadeiras, estas podem ser diretas, como um elogio, um sorriso, um afago ou um aperto de mão ou indireta quando entrega a alguém o trabalho mais importante dando-lhe total liberdade para sua execução.
Qualquer que seja a forma elas têm que ser verdadeiras. Importante também é comemorar o progresso, como fazem os gansos, é preciso entusiasmar a equipe, incentivá-la a fazer o gol, uma vez que sem pontuação não há jogo, mas é importante também, comemorar os progressos e não somente os gols.

As mentes humanas, quando ligadas a um propósito comum, são como uma série de computadores em rede - juntas conseguem infinitamente mais do que conseguiriam sózinhas.
A função do líder é fazer com que as pessoas saibam porque é que o trabalho vale a pena; decidir que direcção vão tomar; assegurar-se de que a equipe partilha o objetivo; ajudar a estabelecer valores; disponibilizar os recursos; manter quem faz as regras sob controle; certificar-se de que tem o apoio de que necessita, tanto dentro como fora da organização e, finalmente, prestar atenção ao futuro para afastar os problemas e estar preparado para mudar de direcção.

Os segredos do esquilo, do castor e do ganso irão funcionar tanto para a sua organização como também para você pessoalmente. Contudo, isso leva tempo. Não faz sentido começar a menos que esteja disposto a manter-se firme. O Gung Ho! é uma solução rápida, não é uma moda passageira. Requer um planejamento estratégico. É, enfim, uma forma de vida.

Vejam na matéria Gung Ho! parte II  com o plano de ação de implantação em sua organização.